segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Mágico dezembro

Já chegou o mês mais mágico do ano!

As ruas iluminadas, as praças decoradas, os cachecóis e as luvas. A casa cheia, a mesa preenchida, os doces e os salgados. O coração quente, os sorrisos largos, e os abraços apertados. A família, os risos das crianças e as histórias do Avô. 
A minha família. A tua família.

 Espera.

Esquemo-nos daquele velho de barbas que sempre quis ser pedreiro. Ou daquele que dorme numas escadas que queria ser professor. Ou daquela velhinha que sonhava ser professora. Ou então, daquele que simplesmente sempre quis ser feliz. [“Sempre Quis Ser” é o nome da exposição fotográfica que estará no Cais do Sodré até 28 de dezembro].
Esquecemo-nos de olhar. Olhar para o outro. 

Vivemos sobrecarregados. Sobrecarregados de coisas supérfluas, inúteis. Desgastantes. No fim, dizemos que estamos cansados. Cansados de olhar. De observar.

Esquecemo-nos dos sonhos que ficaram pelo caminho. Esquecemo-nos de sonhar. Mas não nos esquecemos de gastar, de comprar. Coisas, objetos, cenas. Onde está o significado? A essência? O simbolismo? Perderam-se. Vivemos num mundo onde automaticamente associamos o Natal a prendas. A triste realidade da sociedade do século XXI. Quanto mais temos, mais pobres ficamos. Pobres de alma.
Esquecemo-nos também de pensar nos sonhos que outros tiveram e que ficaram pelas ruas de Lisboa, ou do Porto. Ou então, na rua da tua casa. Ou da minha. Esses se estivessem sentados à tua mesa de Natal, eram felizes. Não precisavam de coisas, objetos, cenas. Só aquilo. A mesa, as pessoas. A família.

Natal é sinónimo de família, de união, de partilha, de abraço. Natal é dar, dar sem esperar nada em troca. Natal é olhar para as necessidades do outro. Natal é sorrir para o outro. Natal é mais ter coração cheio do que uma mesa cheia. 

As ruas e as casas ficam lindas iluminadas. A árvore de Natal irradia a sala das nossas casas. As prendas dão um ar engraçado. 
No entanto, o mundo seria um lugar ainda mais bonito se fossemos nós a dar essa luz. É essa a magia. A magia do Natal.



mariajoãoguedescastanheira