domingo, 17 de agosto de 2014

A magia está nas estrelas


Serra da Estrela. Um noite de verão, (finalmente). Vou para o alpendre e sento-me na cadeira de baloiço. Apago a luz para assim me habituar à escuridão da noite. 
Vim assistir a um espetáculo, não pago bilhete nem tenho lugar marcado. E podem acreditar que para este, cinco estrelas não chegariam para qualificar e/ou quantificar o mesmo.
Vim observar as estrelas.  
É uma imensidão!

Retiro a minha máquina fotográfica da bolsa. Tento tirar uma fotografia. Tentativa falhada... O ecrã da máquina aparece escuro. Volto a tentar tirar outra, mas desta vez com flash. Mais uma tentativa falhada. Não consigo fotografar as estrelas. Ou então, elas existem simplesmente para serem observadas, não fotografadas. 
Estão lá todas as noites à espera de serem observadas por nós. Mas são raras as pessoas que as observam, simplesmente porque andam demasiado atarefadas e já nem conseguem parar. Desculpas. Para mim o tempo é apenas uma desculpa. Enquanto andarmos aqui temos todo o tempo do mundo, não podemos é perder tempo.
A verdade é que nunca sabemos quando será a última vez que vemos as estrelas.

[A culpa não é das estrelas; quanto muito é da consciência humana e daqueles que não as veem. As estrelas são felizes porque não podem ser infelizes. Elas não têm a liberdade de ser felizes, elas têm de ser felizes. A sua felicidade é inconsciente, é simplesmente natural. Os seres humanos são infelizes porque escolhem sê-lo. Parece bastante simples, não é? Mas é simples, nós que é gostamos de complicar.]

Sinto-me grata. Agradeço a Deus e ao Universo pela oportunidade que me dão cada noite de poder contemplar, simplesmente contemplar. 

Sorrio. 
Passa uma estrela cadente. 
Peço um desejo. 
Agradeço.
É magia.

De facto, "o mundo não foi feito para nós, nós é que fomos feitos para o mundo."

  
mariajoãoguedescastanheira

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Uma pausa

Vou estar uma semaninha longe da confusão da cidade. Quero aproveitar para escrever, ler, apanhar sol e descansar, principalmente. Vou à procura de inspiração e de imaginação junto do ar puro e fresco, ao som do rio e das quedas de água, em dias de sol ou em noites de céu estrelado, tendo como música de fundo, os canto dos passáros ou dos grilos. 
A Serra da Estrela espera por mim.

fotografia da minha autoria.


mariajoãoguedesastanheira

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Eu e os girassóis

 

Já é certo e sabido de que sou uma eterna apaixonada por girassóis; mas toda a gente sabe que não posso passar a vida a falar de girassóis, pela simples razão de que nem tudo gira à volta deles; quanto muito, giram sobre eles próprios.
Para dizer a verdade, gostava de ser um girassol; mas Deus ou o Universo "fizeram" de mim um ser humano, um ser vivo como o girassol - aliás, até acho que é uma das poucas coisas que temos em comum. Mas não me "fizeram" um girassol. Eu só queria ser um girassol. É mais fácil ser-se girassol. Eles não pensam, eu penso; eles sentem, eu não. E por mais que pense, não me ocorre nada para falar a não ser de girassóis (quem sabe se na outra vida não terei sido um girassol, se é que essa coisa das outras vidas realmente existe). 
Pode dizer-se que tenho um fascínio por girassóis, simplesmente porque é uma flor que fala por si. É tão fácil ser girassol. Só têm uma preocupação: procurar o sol e ter alguém que os regue uma vez ou outra, ou então que caia do céu uma chuva pequenina, (daquelas com cheiro a terra molhada).
Não quero que entendam, caros leitores, que estou mal com a vida que tenho, mas a verdade é que estou mal com a vida que tenho porque não sou um girassol (e isso já é motivo suficiente!). E por mais que queira ser um girassol, agora é tarde, porque na verdade, "o mundo não é uma fábrica de conceder desejos".
Só me resta uma solução: aceitar. Simplesmente aceitar, como fazem os girassóis, caso o sol decida andar escondido atrás das nuvens.

 mariajoãoguedescastanheira