quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Eu e os girassóis

 

Já é certo e sabido de que sou uma eterna apaixonada por girassóis; mas toda a gente sabe que não posso passar a vida a falar de girassóis, pela simples razão de que nem tudo gira à volta deles; quanto muito, giram sobre eles próprios.
Para dizer a verdade, gostava de ser um girassol; mas Deus ou o Universo "fizeram" de mim um ser humano, um ser vivo como o girassol - aliás, até acho que é uma das poucas coisas que temos em comum. Mas não me "fizeram" um girassol. Eu só queria ser um girassol. É mais fácil ser-se girassol. Eles não pensam, eu penso; eles sentem, eu não. E por mais que pense, não me ocorre nada para falar a não ser de girassóis (quem sabe se na outra vida não terei sido um girassol, se é que essa coisa das outras vidas realmente existe). 
Pode dizer-se que tenho um fascínio por girassóis, simplesmente porque é uma flor que fala por si. É tão fácil ser girassol. Só têm uma preocupação: procurar o sol e ter alguém que os regue uma vez ou outra, ou então que caia do céu uma chuva pequenina, (daquelas com cheiro a terra molhada).
Não quero que entendam, caros leitores, que estou mal com a vida que tenho, mas a verdade é que estou mal com a vida que tenho porque não sou um girassol (e isso já é motivo suficiente!). E por mais que queira ser um girassol, agora é tarde, porque na verdade, "o mundo não é uma fábrica de conceder desejos".
Só me resta uma solução: aceitar. Simplesmente aceitar, como fazem os girassóis, caso o sol decida andar escondido atrás das nuvens.

 mariajoãoguedescastanheira


2 comentários:

  1. PERFEITO! *-* Revi-me muito neste teu textinho maravilhoso! :')

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  2. Querida Florence, parece que a culpa é mesmo do Fernando!
    Obrigada pelas palavras :)

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